Por meio da parceria da Secretaria do Estado da Fazenda (Sefaz-PB) e do Ministério Público da Paraíba (MP-PB) e desenvolvida por professores e alunos do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), foi lançado, na segunda-feira (25), no auditório da Procuradoria Geral do Estado, em João Pessoa, o game “IPTU Teens”, uma ferramenta tecnológica e lúdica voltada à educação fiscal e ética para crianças e adolescentes.
A solenidade de lançamento contou com as presenças do secretário de Estado da Fazenda (Sefaz-PB), Marialvo Laureano, do Procurador-geral de Justiça, Antônio Hortêncio Rocha Neto, do secretário de Educação do Estado, Antônio Roberto de Araújo Souza, do delegado da Receita Federal do Brasil na Paraíba, Hamilton Sobral Guedes, e da reitora do Unipê, Mariana de Brito Barbosa, além de auditores fiscais, procuradores e gestores das instituições, professores e alunos do alunos e professores do projeto de extensão universitária do Unipê da “Fábrica de Software”, que desenvolveram o jogo.
INICIATIVA RELEVANTE – O secretário de Estado da Fazenda (Sefaz-PB), Marialvo Laureano, afirmou que o lançamento do jogo digital “IPTU Teens” é mais uma iniciativa relevante na área de educação fiscal para crianças e adolescentes que a SEFAZ-PB junto com o Ministério Público do Estado em parceria com o Unipê firmaram e vão disponibilizar à sociedade.
FORÇA DA PARCERIA – “Ressaltamos mais uma vez a força da parceria junto às universidades. A Sefaz-PB tem ampliado, nesta atual gestão, essas parcerias não apenas com universidades privadas, mas também com as públicas como, por exemplo, a UEPB e a UFPB. Entendemos que esse conhecimento da academia precisa chegar à sociedade e as parcerias, como esse projeto de game, são mais uma forma de integração com a sociedade paraibana. Esse jogo tem como objetivo inicial despertar nas crianças e adolescentes de 9 a 15 anos o exercício da cidadania e da ética. Nos últimos anos, temos sido bombardeados e sobrecarregados com muita desinformação e de crimes, sejam por via da violência ou da corrupção, na sociedade, na mídia e na internet. O lançamento deste game busca juntamente ir nessa contracorrente, pois vai buscar estimular a formação de crianças e adolescentes nas áreas da cidadania, da ética, da justiça, da civilidade e também da busca por justiça fiscal. Com esse game, crianças e adolescentes vão entender de forma lúdica, que não deixa de ser pedagógica, que o imposto arrecadado pelo Estado tem uma finalidade social essencial, pois são com esses recursos que financiamos as chamadas políticas públicas de educação, da saúde e da segurança e todos os serviços que os órgãos públicos prestam à sociedade, sejam nas esferas municipal, estadual ou federal”, argumentou.
DISSEMINAR NAS ESCOLAS – Segundo Marialvo, a ideia “é disseminar o game IPTU Teens em todas as escolas, sejam públicas e privadas da Paraíba e quem sabe do País, por se tratar de um projeto inovador. Por isso, me antecipei e conversei, pessoalmente, com a reitora do Unipê para que novos projetos, como este, sejam desenvolvidos em prol da sociedade dentro dessa parceria”, apontou.
O procurador-geral de Justiça do Estado, Antônio Hortêncio Rocha Neto, destacou que o projeto do game é o resultado da união de esforços em prol do bem comum e que a iniciativa contribuirá para a educação e a formação cidadã de crianças e adolescentes.
FORÇA DA PARCERIA – “É sempre muito bom o Ministério Público do Estado participar de ações que contribuem com a sociedade. Além de ser o titular da ação penal, o Ministério Público tem se destacado em sua atribuição de defender os direitos da sociedade e, dentro dessa atribuição, temos procurado parcerias para que, juntos, possamos realizar mais rápido e de forma mais eficiente. O que está sendo lançado neste evento é um exemplo disso: a união do MP, do Estado e da universidade para o desenvolvimento de um jogo, cuja intenção é capacitar pessoas para que possam fazer o controle social para que haja uma melhor prestação dos serviços”, comentou.
A reitora do Unipê, Mariana de Brito Barbosa, disse em sua fala, que “é uma honra participar do lançamento deste projeto enquanto instituição de nível superior” ao cumprir com o papel não apenas do ensino, mas também de extensão com as parcerias firmadas por gerar uma ferramenta tecnológica educacional para formar novos cidadãos mais conscientes e ao mesmo tempo contribuir com a formação dos estudantes de Ciências da Computação.
FORMAÇÃO ÉTICA DOS UNIVERSITÁRIOS – “O objetivo do game é muito claro para as crianças e adolescentes, mas quero estender também para a Academia. O desenvolvimento do game também contribuiu com formação dos estudantes do curso de tecnologia com aprendizagens atitudinais que são cruciais também em sua formação como profissional e o olhar humano, pois elas são também importantes no ensino superior como, por exemplo, a educação fiscal, a cidadania, a ética e o respeito aos clientes. Os estudantes de Ciências da Computação estão também numa etapa de formação profissional e sabemos que a ética e a responsabilidade são formações importantes esses profissionais do ensino superior e a Fábrica de Software do Unipê foi o meio utilizado”, declarou a reitora, que destacou o empenho dos 14 alunos e dos professores Wallace e Thiago no desenvolvimento do game e dos idealizadores do projeto, a gestora da ESAT e auditora, Elaine César Carvalho Félix e o promotor de Justiça, Reynaldo Serpa.
FINALIDADE DO TRIBUITO – O delegado da Receita Federal, Hamilton Guedes Sobral, frisou o potencial do jogo para despertar a curiosidade sobre a origem dos recursos necessários para financiar os serviços e obras sociais voltadas às novas gerações desde a infância.
“Começar o game, por meio do IPTU, foi uma excelente escolha. Este tributo está muito presente no dia a dia dos cidadãos nos municípios. Creio que são iniciativas como essa, voltada para a educação fiscal e para a compreensão da importância da arrecadação, que são capazes de ensinar o significado da contribuição de todos os cidadãos para a oferta de um serviço, proporcionando uma aprendizagem significativa”, apontou.
EDUCAÇÃO FISCAL É EIXO CENTRAL – Para o secretário de Educação do Estado, Antônio Roberto de Araújo Souza, “a educação fiscal é um eixo central para qualquer política de governo, uma vez que envolve arrecadação. Formar as novas gerações para compreender que a arrecadação dos tributos é fundamental para manter as políticas públicas. Para isso, a Secretaria de Educação tem mantido parcerias com a Sefaz-PB, com o Ministério Público e as universidades para desenvolver soluções para que a educação possa implementar ações pedagógicas voltadas à temática. Uma vez desenvolvido um game com esse, agora é hora de pensar como será a distribuição desse jogo junto às escolas da rede pública estadual nos 223 municípios. Ressalto que o importante é que não apenas o incentivo seja dado, mas que haja também uma recompensa no sentido de engajar professores e alunos das escolas públicas. Essa possibilidade de abordar o IPTU, inicialmente, por estar mais próximo do cidadão do município, abre um leque de oportunidades para que outros games sejam criados abordando o ICMS, que é o mais importante tributo estadual”, sugeriu.
ONDE SURGIU A IDEIA – A gestora executiva da Escola de Administração Tributária (ESAT) da Fazenda Estadual, Elaine César Carvalho Félix, que é uma das idealizadoras do projeto junto com o promotor de Justiça, Reynaldo Serpa, lembrou que a ideia de construir um game surgiu numa das reuniões da Coordenação Executiva do FPAT-PB (Fórum Paraibano de Administradores Tributários do Estado da Paraíba). Em 2020, o Ministério Público Estadual ministrava o “Projeto IPTU Legal” para as prefeituras municipais e a Sefaz-PB dava continuidade às ações para disseminar conceitos do programa de Educação Fiscal.
“Num curto espaço de tempo estávamos numa reunião na Fábrica de Software do Unipê para discutir nossa ideia. Desde nossa primeira reunião, contamos com o entusiasmo do professor Wallace e o engajamento do professor Thiago Rodrigues para superar as dificuldades para que esse game fosse construído, mesmo com o desafio de construir um projeto com alunos extensionistas, que a cada seis meses podiam ou não permanecer na atividade”, frisou.
Contudo, para Elaine, “a melhor forma de combater as desigualdades é construir possibilidades de desenvolver pessoas e essa é a proposta do 'IPTU Teens'. O município é a instância mais próxima do cidadão para um exercício consciente de sua cidadania, lá ele deve ser protagonista de um intervir local para transformação da realidade social à sua volta. O jogo se desenvolve em três cenários distintos: Escola, Praça Pública e Câmara de Vereadores e, foi concebido com a premissa de que cidadania é um conceito de aplicabilidade holística. Através de cenas que retratam o cotidiano da vida em sociedade, questões éticas, ambientais, sociais e de educação fiscal são abordadas num ambiente exploratório, que permite ao jogador ter a compreensão e reflexão da sua tomada de decisão. Em cada fase, o jogador responde a um quiz e complementa seu aprendizado no Mural do Conhecimento”, detalhou.
PROPOSTA INTERATIVA E LÚDICA – Para o promotor de Justiça, Reynaldo Serpa, o game IPTU Teens foi pensado desde o primeiro momento como uma proposta interativa e lúdica para trazer conceitos importantes de ética, de cidadania e de educação fiscal para crianças e adolescentes.
“Vivemos hoje em um mundo sem muitas virtudes nas redes sociais e no ambiente virtual em geral. A construção do game, que pode ser acessado por meio de equipamentos móveis como celulares e notebooks, é trazer os conceitos de ética, de cidadania e de educação fiscal para crianças e adolescentes, contribuindo de alguma maneira para uma sociedade melhor e na formação das novas gerações”, frisou.
LINGUAGEM RESPONSIVA – O professor de Ciências da Computação do Unipê, Wallace Sartori Bonfim, o game foi desenvolvido numa linguagem responsiva, podendo ser jogado em computador e em celular e tem como objetivo abordar conceitos de cidadania fiscal em três cenários distintos: escola, praça pública e câmara de vereadores de uma cidade de pequeno porte.
“O público alvo da ferramenta são alunos entre nove e 15 anos de idade, que ao jogar tomarão decisões que possibilitaram um agir local, pois o município é a instância mais próxima do cidadão, e um intervir regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo e da vida em sociedade”, explicou o professor Wallace, durante a apresentação do jogo.
GAMEFICAÇÃO – Para Josemilson Elias Lopes, aluno do 6º período de Ciência da Computação do Unipê, que participou de todas as etapas do projeto até o lançamento, a ‘gameficação’, na era de novas tecnologias, é uma ferramenta muito utilizada para potencializar o ensino de crianças e adolescentes.
“Como elas estão muito voltadas para essa área, nada mais interessante que ensinar a educação fiscal com o desenvolvimento de um game voltado à temática. O jogo lida com a recompensa e as crianças têm mais facilidade de aprender coisas novas e o IPTU Teens. Participar de todas as etapas até a finalização foi algo de muito aprendizagem e gratificante”, apontou.